quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Os objetos perdidos da casa


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Ela tem gostado de minhas panelas. E também das formas e assadeiras. Ela gosta dos panos de prato e dos paninhos com bordado. Ela capturou um descanso de copo e o levou para o seu quarto. Tudo de que ela gosta ela leva, invariavelmente, para o quarto, como um cachorrinho que enterra o osso. Ela gosta dos frascos de champu vazios, de bowls, das bolsas de compra retornáveis, de qualquer bolsa tiracolo. Eu havia separado uma bolsa para a doação, e lá vem lá e se engraça com a dita cuja, e desde então nós a vemos desfilar pela casa com essa bolsa pendurada no pescoço. Dentro, vai toda sorte de objetos coletados em seu quarto e pelo caminho. Hoje em dia, os objetos perdidos da casa não vão mais parar nos anéis de Saturno: eles vão parar no quarto de Maya. 

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Objeto ímpar do desejo de Maya é o meu móvel livreiro. O móvel é de madeira, e suas portas estão permanentemente fechadas. Quando acontece de ela perceber que eu o estou abrindo para pegar algum livro, ela corre feito foguete e, em dois passos, já está parada diante de mim, entre o móvel aberto e eu. Por enquanto, esse serzinho devorador de livros só faz mesmo comê-los. Ama rasgar e comer papel, é um perigo.

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