sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A danada da mastite

Imagem tirada daqui, ó.

Acho que esta é a parte 2 da postagem "problemas com a amamentação". Tive mastite há quinze dias e estou acabando o tratamento. Tive sorte pois busquei um médico no comecinho da infecção e as coisas ainda estavam sob controle. Quis vir aqui compartilhar minha experiência pois acredito que pode ajudar outras marinheiras de primeira viagem.

Numa sexta-feira, tive muitas dores na mama direita, o que piorava quando eu tinha que amamentar. Sentia alguns pontos doloridos no cantinho interno da mama, a pele estava ligeiramente avermelhada nesses pontinhos, então busquei assistência médica. Primeiro passei pela enfermeira que é especialista em puericultura (uma gracinha ela!), e ela não identificou nenhum problema nas mamas, mas me acompanhou até o consultório do médico ginecologista (também ótimo; aliás, o posto de atendimento médico da UNIMED está de parabéns pela equipe!), ele me examinou mas também não diagnosticou nada sério. Só me pediu que continuasse a fazer massagens nas mamas e que amamentasse normalmente.

Duas semanas depois, na madrugada de outra sexta-feira, acordei com uma dor insuportável causada pelo ingurgitamento da mesma mama. O seio parecia pedra de tão ingurgitado. Eram três da manhã. Acordei meu esposo e pedi que ele me ajudasse a preparar compressas frias. Enquanto isso, massageei bem todos os ductos mamários e em seguida amamentei minha pequena. Com a mama mais vazia, apliquei as compressas frias, mas então já sentia uma dor de cabeça forte e calafrios, causados pela febre. Tomei paracetamol para a dor e a febre; meu esposo me preparou um chá, e, debaixo de três cobertores, bati queixo até adormecer.

Na manhã seguinte, amanheci com o corpo todo dolorido (acredito que por causa da febre) e muito mal estar. Passei o dia inteiro prostrada, fiz todas as refeições na cama, me sentia um caquinho. Na manhã do sábado, liguei pro serviço de saúde pelo telefone do meu plano (o Alô, doutor), e a médica que me atendeu me aconselhou a buscar um pronto-atendimento pois ela acreditava que meu quadro apresentava sinais de mastite. Eu não queria acreditar naquilo, pois mastite para mim era coisa de outro mundo, sabe? Achava que, como estava amamentando direitinho, nada daquilo aconteceria.

A parte interna da mama estava muito avermelhada e a pele, quente. Eu já não apresentava febre, ou dor de cabeça, mas sentia dores na mama e tinha áreas ingurgitadas. Fui ao pronto socorro da maternidade Octaviano Neves e uma médica simpática me atendeu. Ela teve que fazer a ordenha, e eu tenho que compartilhar: dói pra caramba o negócio! A médica fez do meu seio praticamente uma laranja, de onde tirava o leite empedrado. Me receitou antibiótico e remedinho para dor. O tratamento dura 14 dias, e o remédio para dor eu resolvi nem tomar, pois era um antiinflamatório, preferi tomar o paracetamol mesmo.

Desse episódio, eu aprendi duas coisas: a primeira é que amamentar é coisa muito séria, nada de ter pressa, de fazer de qualquer jeito. Amamentar tem um tempo próprio, só da mãe e do bebê. Exige calma, tranquilidade, e fazer as massagens na mama é muito importante para evitar que o leite ingurgite. Além disso, ter esse tempo só entre você e o bebê passa tranquilidade para ele, o momento do alimento fica registrado como algo especial, prazeroso, ele se sente respeitado, inclusive. A minha pequena se irrita se converso com alguém enquanto amamento, ela resmunga, algumas vezes até largou a mama e ficou me olhando, hehe. É engraçadinho dizer isso, mas me dá vergonha.

A segunda coisa que aprendi - essa de ordem bem prática - é que é preciso esvaziar completamente uma mama antes de oferecer a outra a seu baby. No meu caso, a produção de leite é grande, e isso foi o vilão da história. Agora, já sei: observo mais atentamente se a mama ainda está cheia antes de amamentar de um lado ou de outro, e tenho tentado retirar um pouco do leite para congelar quando ela fica muitas horas sem mamar.

A mastite pode causar muita dor, principalmente quando temos que fazer a ordenha da mama infectada. Os cuidados que nos ensinam não são à toa. Observe se há algum ponto ingurgitado na mama, faça as massagens pelo menos uma vez ao dia se você não consegue fazer sempre. O importante é cuidar da saúde da mãe para que a tarefa de amamentar continue sendo bonita e prazerosa.

Um abraço maternal de

Bia

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