segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Tornar-se mãe, sentir-se mais filha ainda!


Quando nasceu minha filha eu me dei conta do imenso e incondicional amor que sinto pelos meus pais. Isso mesmo: ser mãe aumentou minha percepção do meu lugar de filha, e o misto amor-gratidão-carinho-confiança em relação a meus pais aumentou em meu peito. No final das contas, é tudo uma coisa só mesmo. Amor daqui, amor de lá, o afeto incomensurável que a gente se dá conta que sente, um amor capaz de abrir mão de muita coisa, um amor capaz de construir, de ampliar, de doar de si para o outro (ops! redundância!), um amor que é o melhor de mim!

Os filhos trazem novas dimensões para a vida da gente. Na minha, muita coisa se redimensionou: o espaço físico - da casa, da cama, do meu guarda-roupa -, o tempo, a percepção da vida, as prioridades, os valores, a disponibilidade, entre outras coisas. Durante esse tempo que Maya está aqui conosco, eu sei que tenho vivido por e para ela, pelo menos até que ela seja independente e saiba cuidar de si mesma: tomar banho, comer, cuidar das suas coisas, estudar, essas conquistas que chegarão um dia.

Por enquanto, fico aqui com esse pensamento e esse sentimento de que "é só amor o que eu sinto", essa saudade amorosa de meus pais (por que eles estão tão longe, heim?... :(  ), o sentimento bonito bonito bonito de amar as criaturas que me colocaram no mundo, a criatura que eu coloquei no mundo, e esse amor de muitas direções é uma coisa que me preenche, que até me doi de tão bonito. 

E aí vem um sentimento triste, um sentimento que eu vou falar bem baixinho pra ninguém ouvir, vou sussurrar: o amor por um filho presentifica a ideia o medo o pavor da morte. O amor por um filho te diz que o tempo passa, que o filho cresce a cada dia, que um dia ele vai ser adulto e você, velhinho; que um dia (e isso é faca me dilacerando a carne) seus pais não vão mais estar aqui... Dá pena, dá muita pena, não é mais medo de morrer, é pena, gente. Porque a gente bem que podia vivir uns quinhentos anos para conhecer as gerações vindouras, para ver os tetranetos do bisneto, e seu queixo ainda estará lá, no queixo do tetraneto do bisneto... É muito amor, é só isso que posso dizer.

Hoje liguei para minha mãe para contar que Maya caminhou do meu quarto até na sala, assim, de sopetão, sem anúncios, sem estridências, sem quase ninguém ver. Mas aí Apolo flagrou o instante, me passou a novidade e batemos palmas e sorrimos e dissemos "Viva!" e aí ela se deu conta de que era bonito o que havia acontecido, mas nem sei se entendeu que as palmas eram pros passinhos.

Ela está crescendo, ela já quase caminha, e está linda, linda, com seus cabelinhos dourados, são uns cachinhos de raio de sol, suas bochechinhas rosadas, as perninhas gordinhas, essas bochechas que dão vontade de morder, apertar, beijar... Ela está tão carinhosa, nos beija, nos sopra, nos abraça, nos sorri de manhã... Apolo diz que ela já diz "hola", e eu me pergunto se sua primeira palavra é mesmo uma palavra em espanhol... Por enquanto, nada de mamãe, nem papá, damos input, mas ela ainda só fala nenenês...

É muito amor, muito muito muito, e acho que nem cabe aqui.

Saudações maternas,

Biazinha

P.S.: E o que mais me emociona é ter certeza absoluta de que eles sempre estão ali, pra mim, a qualquer dia e hora, é só eu chamar. Obrigada, meus amados pais, vocês são o melhor de mim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário