quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ser mãe de onde estou

Eu sempre quis parto natural. Quis respeitar o tempo de nascer desde a minha primeira filha, respeitar o tempo da natureza, o ritmo do seu corpo em harmonia com o meu, a sua hora de vir à luz. Naquele momento, não foi como eu quis, me frustrei, mas curei as feridas depois, felizmente. E olha que eu já havia lido muita coisa, não era tão crua sobre o tema. Minha primeira filha nasceu saudável e linda, amamentei em livre demanda até o primeiro ano e meio de vida e depois até os dois anos e meio; demos banho de balde para acalmar, carreguei no sling para tê-la mais perto do meu coração e da minha pele; respeitamos seus tempos como pudemos para engatinhar, caminhar sobre as duas perninhas, falar. Em nosso diálogo amoroso, ela também foi nos respeitando, o desmame foi leve, ela pareceu entender todos os motivos de nossas ações e, assim, estamos construindo nossa história em família, juntinhos. 

Acreditamos em quarto de família, nós nos apoiamos em nossos desafios, no medo do escuro e dos fios de cabelo no chão do box na hora do banho, nos cuidados compartilhados entre pai e mãe com a pequena. Nós criamos com apego, educamos sem exercer violência ou coerção, tentamos mostrar pelo diálogo que tem que ser assim porque é melhor para todos e que assim melhoramos todos. Não acertamos sempre e nem temos essa pretensão, mas a tônica aqui em casa tem sido o amor e o respeito entre pais e filhos, isso é algo que queremos sempre cultivar.

Criar com apego e com afeto tem nos mostrado que essa menininha cresce segura e independente, que os vínculos com meu esposo e comigo são sólidos e nossa relação com ela é muito bacana. Acredito que a relação tem que ser muito estreita mesmo, afinal o tempo passa muito rápido e, num instante, as crianças já deixam de sê-lo para voarem com suas próprias asas. E se a gente cria com apego e se tem uma relação intensa e amorosa com nossos pequenos, essas asas serão grandes e fortes para alçar voos lindos pelo mundo afora.


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