segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Semana #38

Hoje começa a semana #38. E eu confesso que é o ápice da ansiedade. Talvez, depois dela, venha uma calma meio anestesiada pela espera longa e pela resignação de que os ciclos se cumprem, queiramos ou não. 

Esta madrugada eu tive uma cólica forte, era 1h30. Acordei com a dor e fiquei esperando para ver se já eram as contrações; mas ainda não. Agradeci aos céus, afinal de contas, minha mãe chega amanhã cedo por aqui. Tive que lidar com a incerteza de se minha mãe conseguiria vir ou não, pois meu pai vai começar um tratamento de saúde e precisa viajar à capital do nosso estado para fazê-lo. Felizmente, minha tia - irmã dele - se prontificou a acompanhá-lo, o que liberou minha mãe para vir ficar comigo. Um segundo filho é mais delicado. Na hora em que você entra em trabalho de parto, surge sempre a preocupação de se ele estará bem cuidado por quem ficará com ele, e nada como a vovó para estar ali nesse momento de transição tão importante. E de susto, e surpresa, e ciúme, e novidade.

Nunca sei se o trabalho que fizemos com a pequena para prepará-la para a chegada da irmãzinha foi suficiente. As conversas, as explicações sobre os irmãos e irmãs, sobre um cuidar do outro, sobre compartilhar tudo a partir de agora, nunca sei se são suficientes. E a pequena meio que dissimulava quando o assunto era a chegada da irmã, ela se calava ou começava outro assunto... Acredito que é natural essa negação, pois além de ser pequenininha, ela não entende que haverá lugar para as duas em nossos corações e em nossas vidas. E mais: vejo que a relação que as crianças têm com os pais - sobretudo com a mãe -, a essa idade, é de posse. Uma posse de "é tudo meu". 

Faltam alguns detalhes para a chegada da pequena Hannah. Detalhes. O principal já foi feito, o ninho já está praticamente habitável, e essas minúcias não são imprescindíveis, mas trazem calor, aconchego, ternura, afeto para a sua chegada. 

Meu corpo anda pesado, já subi uns 16 quilos e talvez suba mais um pouco se a pequena decide nascer só depois de 39 semanas. A dor pélvica é meio chatinha e incomoda na hora de deitar ou levantar, e de caminhar. A dor lombar quase que desapareceu, mas faço massagens todos os dias nessa região para liberar a tensão muscular. E geralmente durmo bem depois dessas massagens milagrosas. O refluxo de há algumas semanas já me liberou do seu jugo, e o que anda mesmo difícil é caminhar, subir ladeiras, fazer as tarefas domésticas, pois a respiração me custa mais trabalho agora.

Se eu pudesse, eu ficava o dia inteiro vendo filmes. [Ai!...] Acho que ajudaria a controlar a ansiedade da reta final e me desligaria um pouco dos medos, angústias e me ajudaria a relaxar. Mas a vida real não tem me permitido tantas aventuras cinematográficas, a casa precisa ser cuidada, a comida precisa ser preparada e há os cuidados com a primogênita também, que não são poucos. O marido ajuda muito em tudo o que pode, mas há coisas que sou eu quem tem que fazer, não há outra solução.

Uma casa que vai receber um recém nascido precisa estar limpa, livre de pó e de qualquer cheiro forte, precisa ter cortinas lavadas, tapetes e cantos cuidadosamente aspirados, precisa ter roupas fresquinhas e tudo à mão para o sono, as trocas, o banho, a amamentação. Hoje, lavei o kit de proteção do berço, as capas da almofada de amamentação e do travesseiro, o saco de dormir lindo que foi de Maya e está completamente novo, o segura bebê que também foi de Maya e praticamente nem foi usado, enfim, tudo que já estava limpo mas precisava dar uma "sacudida" para tirar o pó. Ontem, montamos e higienizamos o berço, dá um calor bom no coração ver um berço montado!... [suspiros...]

A ansiedade me rouba a concentração, tem essa. Faço listas e mais listas do que urge fazer, mas não consigo ser completamente efetiva em meus propósitos, e agradeço a Hannah (Gracias, Hannah!) o fato de ainda não ter nascido, pois minha lista ainda tem alguns itens - já disse que não são imprescindíveis, mas são necessários! - por fazer. Ainda não lavei todas as roupinhas de recém nascido, por exemplo. Digamos que lavei a metade, e já está passadinha e dobradinha, pronta para ser acomodada na mala da maternidade. A mala da maternidade também já foi lavada e está tomando o último ar fresco de inverno lá fora, no nosso pátio. 

Hoje, é obrigatório escrever meu plano de parto. Quero que essa experiência seja mais inteira que a primeira. E uma das razões é que eu vou parir, ninguém vai me roubar essa dádiva. Por isso não gostaria de ter bolsa rota antes de começar o trabalho de parto, queria começar com as contrações e, só depois, que a bolsa rompesse. Assim, eu teria mais garantias de não precisar passar por uma indução, ou por intervenções, acho que esse fantasma não pode ir comigo à maternidade desta vez. 

É isso. Vou escrever meu plano de parto, acho que isso vai ajudar a organizar melhor meus sentimentos e me ajudará a ser mais efetiva com as outras coisas também. Volto depois para compartilhá-lo, inclusive porque acredito que ele poderá ser útil a outras mulheres.

Agradecida pelo dedim de prosa!

Saudações maternas,

Biazinha




Nenhum comentário:

Postar um comentário